Você busca harmonia em um mundo que parece caótico? A sabedoria de Cleantes para amar a ordem universal.
Em meio à complexidade e, por vezes, ao aparente caos do mundo moderno – desastres naturais, conflitos sociais, a imprevisibilidade da vida –, é comum sentir-se desconectado, insignificante ou em desarmonia com o que nos cerca. Buscamos controle, mas a realidade frequentemente nos lembra de nossa pequenez diante das forças maiores. Mas e se a chave para a paz interior e a verdadeira harmonia estivesse em reconhecer e até mesmo amar a ordem subjacente a tudo, aceitando nosso lugar no grande desígnio do universo?
Cleantes de Assos (c. 330 – c. 230 a.C.) foi o segundo chefe da escola estoica, sucedendo a Zenão de Cítio. Embora menos conhecido que seus sucessores Sêneca e Marco Aurélio, sua contribuição para o Estoicismo foi fundamental, especialmente na teologia e na ética. Cleantes é famoso por seu “Hino a Zeus”, uma das poucas obras estoicas completas que sobreviveram até os dias de hoje. Este hino é uma poderosa expressão do Amor Fati em sua dimensão mais cósmica e espiritual.
Para Cleantes, Zeus (que para os estoicos representava o Logos, a Razão Universal ou o Destino) era a força inteligente que permeia e governa todo o universo. Amar o destino, para ele, significava amar essa ordem divina e racional que tudo organiza. Ele acreditava que a verdadeira felicidade e virtude consistiam em viver em harmonia com essa Razão Universal, aceitando e até mesmo celebrando tudo o que acontece, pois tudo faz parte de um plano perfeito.
No “Hino a Zeus”, Cleantes expressa essa profunda aceitação:
“Guia-me, ó Zeus, e tu, Destino, para onde quer que vossas leis me tenham designado. Pois eu vos seguirei sem hesitação; mas se, por maldade, eu não quiser, ainda assim vos seguirei.”
— Cleantes, Hino a Zeus
Essa passagem revela a essência do Amor Fati: a disposição de seguir o fluxo do universo, seja de bom grado ou relutantemente, mas sempre reconhecendo a inevitabilidade e a sabedoria da ordem cósmica. Cleantes não via o destino como uma força cega e arbitrária, mas como a manifestação da razão divina. Portanto, amar o destino era amar a própria razão e a perfeição do universo. Sua vida, marcada pela pobreza e pela dedicação incansável ao estudo e ao ensino, foi um testemunho de sua fé inabalável nessa ordem.
A Aplicação Contemporânea
O “Hino a Zeus” de Cleantes é um dos documentos mais importantes para entender a teologia estoica e a profundidade de sua aceitação do destino, validado por historiadores da filosofia como uma peça central do pensamento estoico (Fonte: plato.stanford.edu , iep.utm.edu). Sua mensagem de harmonização com a ordem universal é incrivelmente relevante para a busca de sentido e paz em um mundo complexo:
A sabedoria de Cleantes nos ensina que a verdadeira harmonia não é a ausência de discórdia, mas a capacidade de nos alinharmos com a grande sinfonia do universo, amando cada nota, cada pausa, cada melodia, mesmo as que parecem dissonantes.
O Fruto da Sabedoria
Você se sente em desarmonia com o mundo? Cleantes nos convida a olhar para a vida com os olhos da aceitação cósmica. Onde você pode soltar a necessidade de controle e confiar mais na ordem natural das coisas? Comece hoje a praticar a aceitação profunda. Ao se render ao fluxo do universo e amar o seu destino, você descobrirá uma paz que transcende as circunstâncias e uma conexão mais profunda com a própria vida.
Fontes: